Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que só tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
E porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
Caiu o livro que sempre escolhíamos ao crepúsculo
e como um cão ferido rolou a meus pés minha capa.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando as estátuas.
Pablo Neruda (1904-1973)
in Vinte poemas de amor e uma canção desesperada
Olá J.Rui
ResponderEliminarMais uma belo poema!
Uma Santa Páscoa, para si, e para todos os que acompanham este blog.
Vou até à nossa terra,matar saudades e comer folar,do bom.
Um abraço
esp
Maravilhoso...
ResponderEliminarTem uma Santa e Feliz Páscoa.
Beijo
muito bonito, zé rui.
ResponderEliminarneruda e basta!
abraço