Steven Kenny: Constellation 3
Ao céu regresso.
Quero dizer
à terra anoitecida
pelo amor.
Extasio-me
com a terrestre vida dos astros.
Passeio
por uma estrada de estrelas.
Isto é
uma estrada de flores sublimadas
pela noite.
Vou visitar um estábulo
em pleno universo.
Zodíaco.
Jardim zoológico astral.
Lá estão as constelações
irradiando o seu frio.
Quero dizer
os animais pela memória
desterrados.
Regresso à noite.
Piso a escuridão.
Olho o céu
como se a terra visse.
As estrelas são flores.
As constelações são animais.
O céu é um jardim
com um estábulo no meio.
Comem flores os animais da terra.
Mastigam estrelas os do céu.
O céu também é um chão
mas um chão feito de memória.
Estão lá os mitos.
Isto é
homens elevados
pela luz e pela palavra.
Pisam-se lá em cima astros
como em baixo
se pisam pedras.
No céu passo por mitos
e por ideias.
Estão lá poemas.
Quero dizer
coisas metaforizadas
por esta outra noite do mundo
íntima e secreta
que são as palavras.
Ao céu regresso.
Quero dizer
à terra anoitecida
pelo amor.
Extasio-me
com a terrestre vida dos astros.
Passeio
por uma estrada de estrelas.
Isto é
uma estrada de flores sublimadas
pela noite.
Vou visitar um estábulo
em pleno universo.
Zodíaco.
Jardim zoológico astral.
Lá estão as constelações
irradiando o seu frio.
Quero dizer
os animais pela memória
desterrados.
Regresso à noite.
Piso a escuridão.
Olho o céu
como se a terra visse.
As estrelas são flores.
As constelações são animais.
O céu é um jardim
com um estábulo no meio.
Comem flores os animais da terra.
Mastigam estrelas os do céu.
O céu também é um chão
mas um chão feito de memória.
Estão lá os mitos.
Isto é
homens elevados
pela luz e pela palavra.
Pisam-se lá em cima astros
como em baixo
se pisam pedras.
No céu passo por mitos
e por ideias.
Estão lá poemas.
Quero dizer
coisas metaforizadas
por esta outra noite do mundo
íntima e secreta
que são as palavras.
António Cândido Franco
in Estâncias Reunidas
António Cândido Franco, ensaísta, romancista e poeta, nasceu em 1956 em Lisboa. Professor da Universidade de Évora, conta com mais de trinta obras publicadas. Recebeu, em 1993, o prémio de ensaio da Associação Portuguesa de Escritores. Em 2002 reuniu a sua poesia em Estâncias Reunidas (1977-2002).
Zé Rui: sinto como a contracena, alguma dificuldade com o poema...
ResponderEliminarFátima, olá! Que aconteceu ao Contracenar?
ResponderEliminarConheço o Animateatro, tenho acompanhado a sua actividade desde início. Conseguiram desbravar terreno e assumir um papel importante na actividade de representação e formação teatral do conncelho do Seixal.
O poema: uma forma um tanto surrealista de ver o zodíaco. Achei lindo, eu que adoro astronomia, ver o firmamento como um jardim!
Muito trabalho, é verdade... mas compensador pela alegria de ver obras musicais voltar à vida!
Darei notícias quando da sua apresentação pública.
Um abraço agradecido pela sua presença regular no meu blogue. Tenho muito gosto nisso!
Susana, nova imagem! Muito bem!
ResponderEliminarQuanto ao poema... bem, o melhor é leres a resposta que dei à Fátima.
Beijo e até breve
Adorei o poema. Hoje dia de visitas, encontro-me nas palavras dos outros.
ResponderEliminarTambém estas me fizeram bem.
(Também regresso à terra anoitecida pelo amor :-))
Bjs