quarta-feira, 24 de novembro de 2010

João Lourenço Rebelo

Do blogue A Outra Margem destaco uma notícia:

Em 2010, passam quatrocentos anos do nascimento de João Lourenço Rebelo, um dos mais importantes compositores portugueses seiscentistas. Amigo e protegido do rei D. João IV, que lhe fez publicar grande parte da obra por um editor de Roma, deixou um corpus de música sacra que prenuncia já o barroco e que impressiona pelas suas características únicas, que o distinguem dos outros polifonistas portugueses e do resto da Europa. Uma música de tocante beleza mas desconhecida da maioria das pessoas, até mesmo do meio musical. Nesta efeméride, quase não se tem ouvido a obra de Rebelo e uma das excepções é o concerto marcado para 5 de Dezembro, às 16h, na Igreja Matriz de Oeiras, pelos agrupamentos Capela Joanina e Flores de Música. O seu director artístico, João Paulo Janeiro, que tomou Rebelo como objecto da sua tese de doutoramento, inicia-nos na obra do compositor, sobre quem registamos também o depoimento de Paul van Nevel, director artístico do Huelgas Ensemble, que gravou o único CD monográfico de Rebelo.
Para ouivr em A Outra Margem, esta 4ª feira, às 18h05, em 90.4 fm ou em http://www.radioeuropa.fm/, e a partir de 5ª feira em podcast.

(agradeço à Manuela Paraíso a divulgação desta efeméride e do concerto referido)

quarta-feira, 3 de novembro de 2010

À beira de água

















Estive sempre sentado nesta pedra
escutando, por assim dizer, o silêncio.
Ou no lago cair um fiozinho de água.
O lago é o tanque daquela idade
em que não tinha o coração
magoado. (Porque o amor, perdoa dizê-lo,
dói tanto! Todo o amor. Até o nosso,
tão feito de privação.) Estou onde
sempre estive: à beira de ser água.
Envelhecendo no rumor da bica
por onde corre apenas o silêncio.
in Os Sulcos da Sede