Não é a vida que se não viveu o que desgosta;
Não são as horas perdidas à espera doutras o que faz falta;
Nem os sonhos que a realidade não compensou
O que pesa na balança da existência.
Quando o mar é manso e igual
Nem se sente o alvoroço da chegada.
O porto está além mas nada significa além do desembarque.
A chegada é coisa vazia com sabor a frustrada despedida.
O que interessa na vida é a bagagem dela nos nossos sonhos
de futuro.]
Será o que para além a aventura queimará, alimentada
Por pedaços de nós que o vento arranca.
O que interessa não é a paz de ter chegado.
O que é grande e belo, é isto de chegar
E ter logo e sempre a coragem de partir.
Marcos Leal
(1928-2004)
(pseudónimo de Rodrigo Leal Rodrigues)
adoro este poema
ResponderEliminarja o li numa audição
é lindo
Quem dera todos, todos mesmo, tivéssemos sempre a coragem de partir...tenho a certeza que assim, não haveria dor de estagnar e morrer à míngua, porque a "estrada" seria meta!...
ResponderEliminarBeijo
Maria Mamede