Louise-Andrée Roberge: Mascarade
Eu sei que há muito pranto na existência,
Dores que ferem corações de pedra,
E onde a vida borbulha e o sangue medra,
Aí existe a mágoa em sua essência.
No delírio, porém, da febre ardente
Da ventura fugaz e transitória
O peito rompe a capa tormentória
Para sorrindo palpitar contente.
Assim a turba inconsciente passa,
Muitos que esgotam do prazer a taça
Sentem no peito a dor indefinida.
E entre a mágoa que a másc’ra eterna apouca
A Humanidade ri-se e ri-se louca
No carnaval intérmino da vida.
(1884-1914)
Desde muito cedo que as coisas da espiritualidade me interessam; leio sempre o que posso sobre o assunto, que é inesgotável. Já li sobre Augusto dos Anjos e a psicografia, embora não conhecesse este poema.
ResponderEliminarSão sempre belos e de grande ensinamento.
Bj
Maria Mamede