José Carlos Ary dos Santos (Lisboa, 7 de Dezembro de 1937 — 18 de Janeiro de 1984), faleceu há 25 anos, efeméride que hoje se assinala.
A sua ligação com a música, com as canções e seus cantores, é incontornável: deixou cerca de 600 textos destinados a canções. É sem dúvida um dos melhores letristas da música portuguesa. Cantores como Carlos do Carmo, Fernado Tordo, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira, trabalharam directamente com o poeta.
A sua ligação com a música, com as canções e seus cantores, é incontornável: deixou cerca de 600 textos destinados a canções. É sem dúvida um dos melhores letristas da música portuguesa. Cantores como Carlos do Carmo, Fernado Tordo, Paulo de Carvalho, Simone de Oliveira, trabalharam directamente com o poeta.
A sua obra foi editada ao longo de 19 livros e algumas declamações gravadas.
Fica aqui um dos seus sonetos. Voltarei a Ary ao longo deste ano.
Epígrafe
De palavras não sei. Apenas tento
desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei. Apenas quero
retomar-lhes o peso a consistência
e com elas erguer a fogo e ferro
um palácio de força e resistência.
De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
- expressão da multidão que está comigo.
Fica aqui um dos seus sonetos. Voltarei a Ary ao longo deste ano.
Epígrafe
De palavras não sei. Apenas tento
desvendar o seu lento movimento
quando passam ao longo do que invento
como pre-feitos blocos de cimento.
De palavras não sei. Apenas quero
retomar-lhes o peso a consistência
e com elas erguer a fogo e ferro
um palácio de força e resistência.
De palavras não sei. Por isso canto
em cada uma apenas outro tanto
do que sinto por dentro quando as digo.
Palavra que me lavra. Alfaia escrava.
De mim próprio matéria bruta e brava
- expressão da multidão que está comigo.
Há um par de anos descobri um caramelo que o cantava bem melhor do que eu imaginava.
ResponderEliminarUm MESTRE das palavras que dizia com o coração.
ResponderEliminarReinventava a nossa língua, com tal facilidade, força e paixão, que ela tomava outra sonoridade e ouros cambiantes.
Obrigada por (re)lembrar!
Bj
Maria Mamede