quarta-feira, 10 de junho de 2009

Pátria










Por um país de pedra e vento duro
Por um país de luz perfeita e clara
Pelo negro da terra e pelo branco do muro

Pelos rostos de silêncio e de paciência
Que a miséria longamente desenhou
Rente aos ossos com toda a exactidão
Do longo relatório irrecusável

E pelos rostos iguais ao sol e ao vento

E pela limpidez das tão amadas
Palavras sempre ditas com paixão
Pela cor e pelo peso das palavras
Pelo concreto silêncio limpo das palavras
Donde se erguem as coisas nomeadas
Pela nudez das palavras deslumbradas

- Pedra rio vento casa
Pranto dia canto alento
Espaço raiz e água
Ó minha pátria e meu centro

Me dói a lua me soluça o mar
E o exílio se inscreve em pleno tempo



Neste Dia de Portugal, de Camões e das Comunidades, deixo aqui uma ligação para o discurso do presidente da comissão das comemorações, António Barreto, por muitos considerado o melhor discurso ouvido por esta ocasião em vários anos. Vale bem a pena a leitura e reflexão.

1 comentário:

  1. Olá meu querido Amigo José Rui, boa tarde;
    tenho andado um pouco fugida, por motivos vários.
    Hoje, numa pequena escapadela, aqui estou.
    Obrigada por relembrar Sophia e este poema.
    Beijo
    Maria Mamede

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