sexta-feira, 11 de setembro de 2009

O corpo não espera












O corpo não espera. Não. Por nós
ou pelo amor. Este pousar de mãos,
tão reticente e que interroga a sós
a tépida secura acetinada,
a que palpita por adivinhada
em solitários movimentos vãos;
este pousar em que não estamos nós,
mas uma sede, uma memória, tudo
o que sabemos de tocar desnudo
o corpo que não espera; este pousar
que não conhece, nada vê, nem nada
ousa temer no seu temor agudo.

Tem tanta pressa o corpo! E já passou,
quando um de nós ou quando o amor chegou.
in Antologia Poética

2 comentários:

  1. fiquei sem palavras
    de tão belo!
    um beijo
    luísa

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  2. É verdade, tão verdade...
    tem tanta pressa o corpo!

    Bj

    Maria Mamede

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