Foto: Kerry Kriger - O sol da meia-noite, Stikkysholmur, Islândia.
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
Viúva, grácil, na escuridão tranquila,
- Perdida voz que de entre as mais se exila,
- Festões de som dissimulando a hora
Na orgia, ao longe, que em clarões cintila
E os lábios, branca, do carmim desflora...
Só, incessante, um som de flauta chora,
Viúva, grácil, na escuridão tranquila.
E a orquestra? E os beijos? Tudo a noite, fora,
Cauta, detém. Só modulada trila
A flauta flébil... Quem há-de remi-la?
Quem sabe a dor que sem razão deplora?
Só, incessante, um som de flauta chora...
(1867-1926)
Olá :)
ResponderEliminarHá um prémio para este espaço, cheio de sensibilidade!
Ana Paula, muito me alegra que tenhas encontrado neste blogue um espaço que vale a pena ler, ver e ouvir!
ResponderEliminarAgradeço que o tenhas distinguido com esse "just perfect"!
O meu obrigado e um beijo,
José Rui
Um poema fantástico! Obrigada pela partilha. Beijos.
ResponderEliminarÉ o que me fazem sentir alguns sons de flauta: um choro solitário...
ResponderEliminarConfesso que não sou particular apreciadora de Camilo Pessanha, no entanto, devo dizer que este poema é muito bonito e que, em conjunto com a foto, criou um post de sensibildade. Gostei imenso.
ResponderEliminarBeijos
Leia-se acima sensibilidade, obviamente...
ResponderEliminarPorque gostarás tu deste poema, flautista de Hamelin?
ResponderEliminarOlá meu querido Amigo; há tanto que não apareço...disso me penitencio!
ResponderEliminarQuanto ao poema de Camilo Pesanha e à flauta, à isso!!!!!!!!
..."e a flauta chora", por isso é ´~ao cara ao meu coração.
Beijos
Maria Mamede