Esses estranhos que nós amamos
e nos amam
olhamos para eles e são sempre
adolescentes, assustados e sós
sem nenhum sentido prático
sem grande noção da ameaça ou da renúncia
que sobre a luz incide
descuidados e intensos no seu exagero
de temporalidade pura
Um dia acordamos tristes da sua tristeza
pois o fortuito significado dos campos
explica por outras palavras
aquilo que tornava os olhos incomparáveis
Mas a impressão maior é a da alegria
de uma maneira que nem se consegue
e por isso ténue, misteriosa:
talvez seja assim todo o amor
José Tolentino de Mendonça (1965)
De Igual Para Igual
De Igual Para Igual
Já por aqui passou este poema, mas fez sentido que agora passasse novamente.
Ilustrei-o com esta bela peça de Couperin (1668-1733):
Les Barricades Mystèrieuses (no Cravo, Scott Ross)
Les Barricades Mystèrieuses (no Cravo, Scott Ross)
Não conhecia... gostei de ler e de ouvir :-)
ResponderEliminarUm beijo
Tudo lindo!! Beijos.
ResponderEliminarOlá, José Rui :)
ResponderEliminarGostei muito deste espaço, ao qual pretendo regressar.
Não sou música, no sentido de estar ligada a ela profissionalmente, mas amo a música. E admiro muito quem a ela se dedica. Sem música, a vida seria tristíssima e muito menos bela.
Muitos parabéns!
O poeta conheço, mas não o compositor.
ResponderEliminarObrigada pelo presente, porque foi um presente, maravilhoso.
Obrigada pela visita e pelo comentário.
Até já
Beijos e abraços
Marta