sábado, 27 de fevereiro de 2010

Amo o teu túmido candor de astro

Pin, trouxe para aqui algumas das tuas flores!
Não para que fiques sem elas; só para que continuem a ter vida...

Amo o teu túmido candor de astro
a tua pura integridade delicada
a tua permanente adolescência de segredo
a tua fragilidade sempre altiva
Por ti eu sou a leve segurança
de um peito que pulsa e canta a sua chama
que se levanta e inclina ao teu hábito de pássaro
ou à chuva das tuas pétalas de prata
Se guardo algum tesouro não o prendo
porque quero oferecer-te a paz de um sonho aberto
que dure e flua nas tuas veias lentas
e seja um perfume ou um beijo um suspiro solar
Ofereço-te esta frágil flor esta pedra de chuva
para que sintas a verde frescura
de um pomar de brancas cortesias
porque é por ti que nasço
porque amo o ouro vivo do teu rosto.

António Ramos Rosa
in O Teu Rosto (1994)

8 comentários:

  1. Que lindo poema; não conhecia!

    E as flores... que bem fizeste em recordar a nossa Pin... Saudades.

    Bjs

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  2. José Rui
    Depois da tempestade,voltei.
    Mais uma vez, parabéns pela escolha.
    esp

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  3. Pois, a pin foi e não voltou...
    E o poema que escolheste fez-me lembrar os delas. Também o terá feito a ti, me parece...

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  4. Tia, tento por vezes trazer aqui alguns poemas lindos e menos divulgados. Que bom que gostaste!
    A Pin anda fugida dos blogues... tenho pena, aprecio muito os seus poemas.

    esp, é bom tê-la de volta! Obrigado!

    Susana, a Pin foi... e foi ver a apresentação do livro da Maria Mamede, e (ou)viu-me tocar!
    Ramos Rosa... seria uma honra ter um poema seu! Mas uso eu os dele, aqueles que mais me falam! Na arte usamos geralmente o trabalho dos outros para nosso deleite!...

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  5. Bem lembrado, Ramos Rosa; escreve como poucos. Tudo de bom. Faça-me uma visita, certo? Obrigado.

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  6. Obrigado pela visita e a sugestão. Como eu vejo mal...

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  7. Tenho saudades da Pin...
    tal como já tinha saudades de te ler...

    agora vir pôr a leitura em dia :)

    Boa semana

    Beijos

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  8. muito obrigada por gostares de florir o teu espaço com as flores do meu jardim.
    foi um prazer ver-te e ouvir-te no porto, obrigada!
    o poema é lindo... muito lindo!
    estou a semear de novo o meu canteiro. espero lá por ti.
    beijo
    luísa

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