segunda-feira, 10 de agosto de 2009

A ansiedade do futuro

Só sente ansiedade pelo futuro aquele cujo presente é vazio

«O principal defeito da vida é ela estar sempre por completar, haver sempre algo a prolongar. Quem, todavia, quotidianamente der à própria vida "os últimos retoques" nunca se queixará de falta de tempo; em contrapartida, é da falta de tempo que provém o temor e o desejo do futuro, o que só serve para corroer a alma. Não há mais miserável situação do que vir a esta vida sem se saber qual o rumo a seguir nela; o espírito inquieto debate-se com o inelutável receio de saber quanto e como ainda nos resta para viver. Qual o modo de escapar a uma tal ansiedade? Há um apenas: que a nossa vida não se projecte para o futuro, mas se concentre em si mesma. Só sente ansiedade pelo futuro aquele cujo presente é vazio. (...)»

Séneca, in "Cartas a Lucílio"

2 comentários:

  1. hum
    dava a volta a este texto... sou demasiado inquieta mas não gostaria de contar o que está para vir!
    um abraço

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  2. É verdade, Pin, há muitas leituras para este texto, muitas voltas possíveis. Talvez por isso os filósofos não se achem senhores da verdade! Querem, no fundo, que descubramos o que achamos ser a verdade!
    Sobre isso mesmo falava Agostinho da Silva na mensagem que aqui coloquei em Abril: Agostinho da Silva

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