
Há mais de um ano comecei a ler os poemas de Maria Mamede no seu blogue
De Amor e de Terra.
Mais tarde, pelos meus anos, uma grande amiga fez-me a surpresa de me oferecer o seu livro Lume.
Outros dos seus livros, dos quais já falei anteriormente, vieram até mim e me encantaram.
Desta vez tive o gosto conhecer pessoalmente a autora, e de participar no lançamento do seu livro Da água toda. Embalado nos seus poemas, senti-me tocar cada um deles, como se a Flauta fosse um prolongamento da clareza, expressividade e doçura da sua voz. Não procurei acompanhá-los como uma música de fundo, mas sim que o som da Flauta fosse naquele momento uma parte deles.
Este lançamento foi também um encontro de amigos, dos blogues e fora deles. E dos amigos dos amigos. Obrigado a todos que marcaram presença, e aos que, não podendo estar, desejaram o melhor para esta apresentação e para o mini-recital (grande em prazer) que pude oferecer a Maria Mamede.
Deixo o poema de abertura deste livro, esperando que abra o apetite a que leiam todos os outros que dele fazem parte.
Da água toda
Da água te falei amor, da água
e de lágrimas salgadas pela mágoa
imensa aridez em cada vida;
e do sal te disse amor, do sal
que salga, que tempera, o bem, o mal
e a hora da chegada e da partida!...
de lagos, de pântanos, de medos
e de mares de água e de segredos
de rios, rios férteis de abundância
de mares unos de sonhos tão dispersos
de oceanos de limos, os meus versos
e de marés de amor, suma fragrância!...